Crédito: Francis Mascarenhas/Reuters
Em abril, combustível acumula alta de 1,17% — saltando de R$ 4,29 para R$ 4,34
Após um período de queda, o preço médio do etanol voltou a subir em Minas Gerais, acumulando alta de 1,17% em abril — saltando de R$ 4,29 para R$ 4,34. A elevação pode estar relacionada à pressão sobre a matéria-prima, que enfrenta escassez e forte demanda internacional, encarecendo o produto no mercado interno.
Apesar de discreto em termos absolutos, o reajuste nos preços, somado ao aumento de outros segmentos, como os alimentos, deve contribuir para uma maior percepção no custo de vida. No País, o acumulado do primeiro trimestre deste ano aponta elevações em todos os combustíveis, e o etanol lidera com aumento de 6,3%.
O economista e docente do Centro Universitário UniBH, Fernando Sette Jr, destaca que a queda de 7,1% na safra 2025/26 de cana-de-açúcar no Estado impactou consideravelmente o mercado. “Essa redução é consequência de longos períodos de estiagem no ano passado, seguidos por chuvas abaixo da média e irregulares, resultando em uma diminuição na oferta, impactando produção de etanol”, pontua.
Somado a isso, a valorização do açúcar no mercado internacional pode ter levado produtores a optarem por direcionar uma maior proporção da cana-de-açúcar para a produção do alimento em detrimento ao etanol. “Essa mudança também faz com que se tenha uma redução na oferta de etanol no mercado, contribuindo para o aumento dos preços”, reforça Sette Jr.
Em termos tributários, o aumento de R$ 0,10 por litro na alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) sobre o etanol em Minas Gerais também pode ter pesado. Segundo o economista, os efeitos do reajuste, que entrou em vigor em fevereiro deste ano, podem ter se estendido nos meses subsequentes, influenciando nos preços ao consumidor final.
Expectativa com ajuste na mistura de etanol anidro à gasolina pode influenciar nos preços
Além da pressão sobre a matéria-prima, o mercado também acompanha a expectativa em torno do aumento na mistura obrigatória de etanol anidro à gasolina, que deve subir de 27% para 30%. A medida, que ainda aguarda definição oficial do governo federal, visa estimular a produção de biocombustíveis e reduzir a dependência de combustíveis fósseis.
No entanto, essa mudança pode gerar impactos nos valores praticados, elevando a demanda por etanol e, consequentemente, pressionando ainda mais os valores praticados no mercado nacional. “Essa medida, embora ainda não implementada, gera expectativas de aumento na demanda por etanol anidro, o que pode influenciar os preços do etanol hidratado devido à interdependência entre os dois tipos de etanol”, explica Sette Jr.
A elevação na mistura obrigatória, segundo o governo federal, deve tornar o preço do combustível mais barato, já que o preço do etanol segue com o valor mais acessível. No País, entre os dias 20 e 26 de abril, os preços médios praticados foram de R$ 4,32 para o etanol hidratado, R$ 6,19 para o óleo diesel e R$ 6,31 para a gasolina comum.
Fonte: Diário do Comércio
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